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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cléber passa bem após derrame


O meio-campo do Bahia, Cléber, apresentou melhoras após o derrame cerebral sofrido na última segunda-feira e saiu do coma induzido na tarde de ontem. No entanto, o atleta de 31 anos ainda está sedado. Durante a manhã, ele já conseguia realizar pequenos movimentos com os braços e as pernas. Seu estado de saúde é estável e ele passou por diversos exames durante todo o dia, que acabaram por confirmar o diagnóstico de má formação congênita da artéria venosa, apontada na primeira tomografia realizada ainda na terça-feira.

Possíveis seqüelas e seu futuro como jogador ainda não podem ser avaliados, mas os riscos são muitos. “Depende do local em que ele rompeu o vaso. Pode provocar dificuldade de falar, andar, ficar cego, entre outros problemas”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cérebro-vasculares, Aroldo Bacelar. “Os movimentos do corpo foram um bom sinal, mas ele ainda inspira cuidados”, observa Luis Sapucaia, médico do clube que está em Natal. “Só vamos poder saber (sobre as seqüelas) com a evolução da patologia”, completa Sapucaia.

Ajuda divina - Emocionados, os companheiros de equipe mostraram otimismo na recuperação do armador. “Cleber é um cara muito importante pro grupo. Deus vai iluminar o caminho dele”, disse o capitão Emerson Cris. “Houve um abalo no grupo, até porque ele é um profissional diferenciado. Mas ficamos confortados porque ele não corre mais risco de morte”, afirma o treinador Artuzinho.

Cléberson Luciano Frolich, gaúcho de Novo Hamburgo, dormia com a delegação do clube em Natal – RN, onde o time jogou contra o ABC no final de semana, quando começou a sentir fortes dores de cabeça e perder parte da visão. O médico que acompanha a equipe, Luís Sapucaia, foi chamado e levou Cléber com urgência ao Hospital Natal Center, logo após o jogador sofrer uma parada cardíaca e ser reanimado ainda na concentração.

“A sorte foi a rapidez do atendimento. Foram apenas oito minutos do hotel até o hospital”, relata o diretor médico do Bahia. “Imagine se estivéssemos numa cidade menos estruturada, como as que visitamos ao longo deste campeonato”, aponta Lopes. Problema realmente grave já que algumas das agremiações participantes da Série C do Campeonato Brasileiro sequer têm dinheiro para levar um médico aos estádios que visitam.

A família do jogador está em Natal acompanhando o caso.

Especial para O Globo e para o Na Trave Online por Davi Boaventura

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